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terça-feira, fevereiro 17, 2004

Café&Chocolate
As chuvas.

«(...)No dia seguinte voltará a chuva ao território. Passará
uma nuvem. Alguém te reconhecerá por entre os pingos
enquanto escutas a chuva a cair no coração».

Levanto-me com estes versos do livro «O coração sabe» de Vasco Ferreira Campos. Só a chuva da memória consegue emprestar-se à beleza, ou a chuva do recolhimento, ou a chuva torrencial que nos torna heróis por força de um destino meteorológico, ou a da infância, responsável por tremores e resfriados, por histórias infinitas, tão infinitas quanto os metafísicos dilúvios e suas arcas salvadoras. As chuvas da paixão rua adiante, as chuvas libertadoras, as chuvas contra a corrente, fazendo dos corpos a imposição molhada que julga destruir o sistema por este ser seco e engomado, as chuvas que destroem as secas e espevitam as sementes e a primeira liberdade dos povos sem chuva, as chuvas que formam os rios de lágrimas.
As chuvas que importam e que ficam e que mudam, meu caro Vasco, são naturalmente as que se conseguem escutar no coração.

Pompeu Miguel Martins

Café&Chocolate

Telhados com neve.

As cidades com o seu espaço de intimidade a traduzir-se nas formas que o olhar identifica. O que importa deste quadro é o que sobra da neve com o calor da fala ou do silêncio, partilhado ou não. Os passos a sucederem-se ao próprio inverno, numa fala específica, genuína, perfumada, como só o inverno perfuma.
Esta é a fragrância das cidades com uma dimensão própria a expandir-se pela vida de cada um que aí pertença. Este quadro de Caillebotte sobre as vistas dos telhados com neve. Alguém diz, alguém canta, alguém eventualmente viveu profundamente por estes lados. Quantas histórias num quadro?
Apeteceu-me, hoje, abrir uma primeira janela para o inverno, mudar-me para esse tempo, ainda assim a sobreviver dessa cumplicidade entre a fala e o silêncio, entre o ser-se só e o calor da memória.

Pompeu Miguel Martins

Chás & Aromas
As Leituras de Margarida Miranda

Caillebotte
1848 – 1894

O nome de Gustave Caillebotte, pintor, coleccionista e mecenas, está associado ao legado que levou o impressionismo aos museus franceses. A sua pintura foi considerada durante muito tempo como de segunda fila e não despertou a atenção que merecia.
Caillebotte favoreceu o nascimento da vanguarda e desempenhou um papel determinante dentro do impressionismo. Os anos foram revelando uma obra singular. Ao longo de uma carreira relativamente curta, realizou paisagens e retratos nada desprezáveis.
As suas primeiras obras, mostram uma proximidade ao realismo e um interesse por reflectir a vida quotidiana comum a todos os impressionistas. O seu desenho é preciso e minucioso, as suas cores controladas e a realização um pouco lânguida.
A sua arte, ao mesmo tempo moderna e tradicional, ilude a dicotomia entre o impressionismo vanguardista e a pintura académica, reclamando um espaço próprio. O seu objectivo não é reproduzir fielmente o conjunto de sensações coloridas recebidas pelos sentidos, mas transmitir a solidão do Homem na cidade, a incomunicação e o fastio da vida burguesa numa visão subjectiva da condição humana.
Os seus quadros não são uma simples transposição da realidade, mas a escolha aparentemente banal de um singular aspecto desta, mas adquire uma intensidade inusitada pela particular forma de a representar.
Caillebotte parte do que vê e exprime-o de uma forma subjectiva.


Shadowlands

Ficha Técnica:

Título Original: Shadowlands
Género: Drama
Tempo de Duração: 131 minutos
Ano de Lançamento (Inglaterra): 1993
Distribuição: Warner Bros.
Direcção: Richard Attenborough



Sinopse:

Em 1952, na Universidade de Oxford, surge o relacionamento entre o professor e intelectual C. S. Lewis ( Anthony Hopkins) e a escritora americana Joy Gresham (Debra Winger). Eles se encontraram após ela lhe ter escrito uma carta, sendo que esta correspondência a levou à sua primeira viagem à Inglaterra, que ela fez em companhia de Douglas Gresham (Joseph Mazzello), seu filho. Lewis a recebeu como cortesia, como parte da rotina de sua vida ede professor, mas ele não sabia o que fazer quando algo lhe ficou claro: que estava apaixonado.


É um filme grandioso, bem no estilo do director Richard Attenborough, abordando temas profundos, tais como: felicidade, relacionamento, amor, Deus, morte e a perda de um este querido.


Anthony Hopkins


Nome verdadeiro: Philip Anthony Hopkins

Nascimento: 31 de Dezembro de 1937, em Port Talbot, South Wales, Inglaterra.


Descoberto tardiamente, Anthony Hopkins é um dos actores mais activos do cinema actual, além de ter sido premiado com um Óscar e condecorado pela Rainha de Inglaterra.
Aos 15 anos, ainda vivia na pequena cidade onde nasceu, Port Talbot, no País de Gales. Certo dia, uma vizinha recebeu a visita de um irmão, o actor Richard Burton, então o filho mais ilustre da região. Tony encheu-se de coragem e foi pedir um autógrafo ao ídolo. O encontro teve um efeito de “plantar sementes” em sua cabeça de péssimo estudante e adolescente anti-social, conforme ele mesmo reconhece. “Queria ser famoso. Queria ter dinheiro e carros. Queria sair do País de Gales.”
O destino o atendeu item por item. Hopkins desejava a fama? Pois o cinema o transformou num dos rostos mais conhecidos do planeta. Dinheiro? Bem, digamos que não lhe falta salário ao fim do mês. O Jovem sonhava também com carros? Já não lhe faltam meios para adquirir uma frota só de Ferrari. A lista da adolescência incluía ainda, não esqueçamos, sair do País de Gales, mas essa foi a parte mais fácil. Além de estudar em Londres e correr o mundo em filmagens, ele findou raízes bem longe do seu país, na Califórnia.


Anna Akhmátova
1889 - 1966



Anna Akhmátova é o pseudónimo de Anna Andreevna Gorenko. Nasceu a 24 de Junho de 1889 nas costas do Mar Negro, perto de Odessa.
A família de Anna deixou o Mar Negro por Tsárskoe Selo, nos arredores de Petersburgo, quando esta tinha apenas 1 anos.
Tsárskoe Selo é importante, como viria a ser mais tarde a Fontanni Dom – Casa do (rio) Fontanka –, também em Petersburgo: ambas datam e localizam muita da poesia de Anna Akhmátova.
Diz-se da «Anna de todas as Rússias» que teve uma vida trágica, um estranho destino, que se confunde com os destinos da Rússia. Como sobreviveu aos seus gloriosos contemporâneos, esta asserção é verdadeira: todas as convulsões, todo o ferro e todo o fogo que fustigaram o imenso país durante um século inteiro atingiram também Akhmátova, até porque ele nunca abandonou a Pátria.
Rodeada de silêncio, foi contudo aceite na toda – poderosa e oficial União dos Escritores Soviéticos, em 1940. Entre 1941 e 1945 sofreu a «grande guerra da pátria». Dirigiu pela rádio um apelo às mulheres da cidade mártir, dizendo que vivia só na fé inabalável de que Leninegrado jamais se tornaria fascista.
Mas em 1946 era expulsa da União dos Escritores e proscrita.
Foi acusada de tudo: «alheia ao mórbida», «monja depravada».... Acusada de um «erotismo mesclado de tristeza, de angústia, de misticismo, de ideias de morte e de predestinação»... Pela estética estalinista, fugir do feliz e alegre optimismo oficial era crime.
Akhmátova é poeta do lirismo íntimo, a sua obra é uma constante confissão. Assumidamente autobiográfica, a sua poesia tem o segredo da sinceridade e da autenticidade. Eleva os sentimentos, as dores de toda a gente até um canto trágico. Falando quase sempre na primeira pessoa, pratica a arte poética de universalizar o individual, o mais íntimo. Como alguém disse, de todo o sol escolhe o raio mais fino, mas vê-se que é sol.
Porque entendia a escrita desta maneira, Akhmátova tinha de cair necessariamente no acmeísmo. Porque o acmeísmo é um «realismo» que repudia os grandes símbolos e as abstractas correspondências simbólicas.
Dentro da corrente acmeísta, tão injustamente considerada, Anna tem as suas especificidades e originalidades: uma delas é o carácter histórico de tudo o que escreve: as coisas, os nomes, as datas, os campos, as cidades, os lugares, as casas, os edifícios prisionais, os números, os trajes, as mulheres, os homens, a mulher, sobretudo a mulher mãe.


Jacques Brel
1929 – 1978


Jacques Brel, cantor, compositor, actor e director de cinema, foi uma das personalidades mais marcantes do mundo artístico europeu neste século. Suas músicas atravessaram o tempo e as fronteiras, sendo traduzidas e executadas no mundo todo até os dias de hoje. A universalidade de sua obra fez com que ele fosse um dos poucos artistas em língua francesa a ser famoso também nos Estados Unidos. Sua obra foi traduzida para o holandês, alemão, espanhol, russo e diversos outros idiomas, sendo interpretada em toda a Europa.
Brel foi um marco fundamental na música francesa. Original, inconformado, revolucionário, ele marcou profundamente toda uma geração na França.
Suas músicas romperam dois estereótipos antigos: em primeiro lugar, o de que a canção poética é subtil demais para chegar ao grande público. Em letras de um lirismo e elaboração extraordinários, Jacques Brel colocou melodias envolventes, explosivas, contagiantes, que arrebatam o ouvinte na primeira audição. Em segundo lugar, ele destruiu o conceito do cantor "parado", apenas com sua voz e seu violão, bastante comum em sua época. No palco, Jacques Brel é um "actor musical", que vive cada música com uma força impressionante. Cada interpretação é uma pequena "peça de teatro", onde ele representa os personagens de suas letras com a intensidade exacta, na medida certa, sem exageros. Dessa forma, Brel consegue conciliar o que parecia contraditório na época: a qualidade de suas músicas e a sofisticação da interpretação no palco.
Além de seu talento sem igual, o segredo de Jacques Brel era o seu inabalável profissionalismo. Dizia que o talento era só a "vontade" de fazer alguma coisa, e não a habilidade em si. Dessa forma, afirmava que só com trabalho incansável é que poderíamos alcançar nossos objectivos. Depois de quinze anos e mais de vinte milhões de discos vendidos, Brel decidiu abandonar a carreira de cantor, afirmando que era tempo de enfrentar novos desafios. É possível que a música tivesse se tornado uma rotina, o que era para ele insuportável. Perfeccionista, e com uma necessidade crónica de enfrentar desafios, lançou-se na carreira de actor por alguns anos, com sucesso, e chegou a dirigir dois filmes.
Nunca mais voltaria a morar na Europa. Voltou apenas uma vez em 1977, para gravar seu último disco, de estrondoso sucesso.
Em 1978, o mundo recebeu inconsolável a notícia da morte de Jacques Brel, aos 49 anos.


“As terças com Morrie”

Este livro foi escrito por Mitch Albom e conta uma história real que aconteceu com ele, e que mudou a sua vida para sempre.
As “Terças com Morrie” está centrado num diálogo, durante 14 terças-feiras, entre um velho professor que morre e um seu antigo aluno, que nos proporciona uma última e comovente lição sobre as coisas mais simples e mais importantes da vida e da morte.
Nos tempos de Universidade, Morrie Schawartz foi para Mitch Albom mais que um professor, ele foi o seu mentor. Mas os anos foram passando e os dois perderam o contacto.
Após ver a notícia de que Schawartz está gravemente doente, ele decide visitá-lo.
Durante alguns meses Mitch vai para Bóston vê-lo todas as terças feiras. Nas suas conversas tratam de temas como felicidade, família, casamento, cultura. E Mitch aprende a ultima grande lição da sua vida.
O que me impressionou, quando li este livro foi a maneira como o professor Schawartz decide conviver com a doença. Ele transforma cada momento de dor em lições de humildade em relação à vida. São reflexões, ideias, impressões pessoais e desabafos de quem se sensibiliza e procura entender os conflitos do Homem comum.
Na minha opinião este livro é uma lição de vida nos tempos que vivemos, tempos de egoísmo, de consumismo, de falta de respeito e de amor. O testemunho do autor prova que a amizade e o amor não têm idade e julgo que todos que lerem este livro vão ter pena de nunca terem tido uma relação tão bonita como a de Morrie e Mitch.
Morrie morreu numa manhã de sábado no dia 4 de Novembro, contudo atingiu o seu grande objectivo, que era ensinar ao próximo a viver.

 
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