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segunda-feira, fevereiro 21, 2005

quinta-feira, março 25, 2004

Café&Chocolate
Os papagaios e os seus ouvintes.

Em 1798, Goya publicava uma série de desenhos a que chamou de «Caprichos» e cujo número 53, «Que Bico de Ouro», tem-me vindo à lembrança. É um desenho cuja ironia é profunda, onde alguns clérigos, de olhos cerrados, escutam com pasmo e aceitação as palavras de um papagaio que certamente apenas conseguia ordenar termos do alto de um púlpito improvisado para o momento. Como se depreende, tem-me vindo à lembrança este desenho pela actualidade que manifesta cerca de trezentos e tal anos depois. A forma como veneramos a classe política e aceitamos deslumbrados o já rotineiro assalto aos nossos direitos, a forma como vivemos as vidas de outros que não existindo parecem papagaios a dizer-nos para que não existência deverá caminhar a nossa própria vida, a forma como trocamos a religiosidade interior e intensa pela propaganda das seitas ou pela superstição e pelo medo, a forma como deixámos que nos digam o que será o amanhã sem a nossa marca.
Para 2004, será imperioso perceber que a luz que vem das palavras está nas mãos dos que as sonharam e só o chão e o corpo testemunharão a sua verdade, alguma vez.

Pompeu Miguel Martins

Vistas de Delft


Café&Chocolate
Vistas de Delft

Há no ressurgimento do corpo a necessidade de encontrar lugares, sítios mínimos onde se possam guardar os pesados pedaços de nada que carregamos ao longo da existência. Passo pelas cidades e pelos campos e pelas ruas à espera de poder, por instantes breves que sejam, deixar uma marca, perceber uma história, enternecer-me ou simplesmente deixar que o silêncio se encarregue de ser mais alto que as vozes.
Entre 1657 e 1658, o holandês Vermeer pintou «A rua de Delft» e nessa obra consigo deter-me e exilar as minhas vontades, às vezes estranhas, de fugir constantemente para um universo que sendo de outros o recrio como quem cultiva uma doença. Apetece voltar uma série de vezes, ser uma personagem a mais. Apetece esconder qualquer coisa nesse quadro, perguntar por alguém, saber a história pessoal das casas em tijolo, saber o que guardam as suas sombras, o que sabem os dedos das mulheres que as preenchem. Paro na Rua de Delft e habito-a neste tempo estranhamente de abismo. Terei isso para contar, penso eu. Está aí quem mais? pergunto-me. Futuramente saberei que poderei sempre fugir para aqui, para esta rua ou para este quadro ou para estas mulheres. O importante é ter um sítio ou alguém para onde se possa fugir, não é? Que idade me dás? perguntei. Um ninguém me responde que não sabe, que é muito dificíl saber a idade do tempo que passamos a fugir, inventando seres que nos modelam no coração inatingível do que estivemos para ser um dia, numa vida qualquer que não a nossa, certamente.

Pompeu Miguel Martins

terça-feira, fevereiro 17, 2004

Café&Chocolate
As chuvas.

«(...)No dia seguinte voltará a chuva ao território. Passará
uma nuvem. Alguém te reconhecerá por entre os pingos
enquanto escutas a chuva a cair no coração».

Levanto-me com estes versos do livro «O coração sabe» de Vasco Ferreira Campos. Só a chuva da memória consegue emprestar-se à beleza, ou a chuva do recolhimento, ou a chuva torrencial que nos torna heróis por força de um destino meteorológico, ou a da infância, responsável por tremores e resfriados, por histórias infinitas, tão infinitas quanto os metafísicos dilúvios e suas arcas salvadoras. As chuvas da paixão rua adiante, as chuvas libertadoras, as chuvas contra a corrente, fazendo dos corpos a imposição molhada que julga destruir o sistema por este ser seco e engomado, as chuvas que destroem as secas e espevitam as sementes e a primeira liberdade dos povos sem chuva, as chuvas que formam os rios de lágrimas.
As chuvas que importam e que ficam e que mudam, meu caro Vasco, são naturalmente as que se conseguem escutar no coração.

Pompeu Miguel Martins

Café&Chocolate

Telhados com neve.

As cidades com o seu espaço de intimidade a traduzir-se nas formas que o olhar identifica. O que importa deste quadro é o que sobra da neve com o calor da fala ou do silêncio, partilhado ou não. Os passos a sucederem-se ao próprio inverno, numa fala específica, genuína, perfumada, como só o inverno perfuma.
Esta é a fragrância das cidades com uma dimensão própria a expandir-se pela vida de cada um que aí pertença. Este quadro de Caillebotte sobre as vistas dos telhados com neve. Alguém diz, alguém canta, alguém eventualmente viveu profundamente por estes lados. Quantas histórias num quadro?
Apeteceu-me, hoje, abrir uma primeira janela para o inverno, mudar-me para esse tempo, ainda assim a sobreviver dessa cumplicidade entre a fala e o silêncio, entre o ser-se só e o calor da memória.

Pompeu Miguel Martins

Chás & Aromas
As Leituras de Margarida Miranda

Caillebotte
1848 – 1894

O nome de Gustave Caillebotte, pintor, coleccionista e mecenas, está associado ao legado que levou o impressionismo aos museus franceses. A sua pintura foi considerada durante muito tempo como de segunda fila e não despertou a atenção que merecia.
Caillebotte favoreceu o nascimento da vanguarda e desempenhou um papel determinante dentro do impressionismo. Os anos foram revelando uma obra singular. Ao longo de uma carreira relativamente curta, realizou paisagens e retratos nada desprezáveis.
As suas primeiras obras, mostram uma proximidade ao realismo e um interesse por reflectir a vida quotidiana comum a todos os impressionistas. O seu desenho é preciso e minucioso, as suas cores controladas e a realização um pouco lânguida.
A sua arte, ao mesmo tempo moderna e tradicional, ilude a dicotomia entre o impressionismo vanguardista e a pintura académica, reclamando um espaço próprio. O seu objectivo não é reproduzir fielmente o conjunto de sensações coloridas recebidas pelos sentidos, mas transmitir a solidão do Homem na cidade, a incomunicação e o fastio da vida burguesa numa visão subjectiva da condição humana.
Os seus quadros não são uma simples transposição da realidade, mas a escolha aparentemente banal de um singular aspecto desta, mas adquire uma intensidade inusitada pela particular forma de a representar.
Caillebotte parte do que vê e exprime-o de uma forma subjectiva.


Shadowlands

Ficha Técnica:

Título Original: Shadowlands
Género: Drama
Tempo de Duração: 131 minutos
Ano de Lançamento (Inglaterra): 1993
Distribuição: Warner Bros.
Direcção: Richard Attenborough



Sinopse:

Em 1952, na Universidade de Oxford, surge o relacionamento entre o professor e intelectual C. S. Lewis ( Anthony Hopkins) e a escritora americana Joy Gresham (Debra Winger). Eles se encontraram após ela lhe ter escrito uma carta, sendo que esta correspondência a levou à sua primeira viagem à Inglaterra, que ela fez em companhia de Douglas Gresham (Joseph Mazzello), seu filho. Lewis a recebeu como cortesia, como parte da rotina de sua vida ede professor, mas ele não sabia o que fazer quando algo lhe ficou claro: que estava apaixonado.


É um filme grandioso, bem no estilo do director Richard Attenborough, abordando temas profundos, tais como: felicidade, relacionamento, amor, Deus, morte e a perda de um este querido.


Anthony Hopkins


Nome verdadeiro: Philip Anthony Hopkins

Nascimento: 31 de Dezembro de 1937, em Port Talbot, South Wales, Inglaterra.


Descoberto tardiamente, Anthony Hopkins é um dos actores mais activos do cinema actual, além de ter sido premiado com um Óscar e condecorado pela Rainha de Inglaterra.
Aos 15 anos, ainda vivia na pequena cidade onde nasceu, Port Talbot, no País de Gales. Certo dia, uma vizinha recebeu a visita de um irmão, o actor Richard Burton, então o filho mais ilustre da região. Tony encheu-se de coragem e foi pedir um autógrafo ao ídolo. O encontro teve um efeito de “plantar sementes” em sua cabeça de péssimo estudante e adolescente anti-social, conforme ele mesmo reconhece. “Queria ser famoso. Queria ter dinheiro e carros. Queria sair do País de Gales.”
O destino o atendeu item por item. Hopkins desejava a fama? Pois o cinema o transformou num dos rostos mais conhecidos do planeta. Dinheiro? Bem, digamos que não lhe falta salário ao fim do mês. O Jovem sonhava também com carros? Já não lhe faltam meios para adquirir uma frota só de Ferrari. A lista da adolescência incluía ainda, não esqueçamos, sair do País de Gales, mas essa foi a parte mais fácil. Além de estudar em Londres e correr o mundo em filmagens, ele findou raízes bem longe do seu país, na Califórnia.


Anna Akhmátova
1889 - 1966



Anna Akhmátova é o pseudónimo de Anna Andreevna Gorenko. Nasceu a 24 de Junho de 1889 nas costas do Mar Negro, perto de Odessa.
A família de Anna deixou o Mar Negro por Tsárskoe Selo, nos arredores de Petersburgo, quando esta tinha apenas 1 anos.
Tsárskoe Selo é importante, como viria a ser mais tarde a Fontanni Dom – Casa do (rio) Fontanka –, também em Petersburgo: ambas datam e localizam muita da poesia de Anna Akhmátova.
Diz-se da «Anna de todas as Rússias» que teve uma vida trágica, um estranho destino, que se confunde com os destinos da Rússia. Como sobreviveu aos seus gloriosos contemporâneos, esta asserção é verdadeira: todas as convulsões, todo o ferro e todo o fogo que fustigaram o imenso país durante um século inteiro atingiram também Akhmátova, até porque ele nunca abandonou a Pátria.
Rodeada de silêncio, foi contudo aceite na toda – poderosa e oficial União dos Escritores Soviéticos, em 1940. Entre 1941 e 1945 sofreu a «grande guerra da pátria». Dirigiu pela rádio um apelo às mulheres da cidade mártir, dizendo que vivia só na fé inabalável de que Leninegrado jamais se tornaria fascista.
Mas em 1946 era expulsa da União dos Escritores e proscrita.
Foi acusada de tudo: «alheia ao mórbida», «monja depravada».... Acusada de um «erotismo mesclado de tristeza, de angústia, de misticismo, de ideias de morte e de predestinação»... Pela estética estalinista, fugir do feliz e alegre optimismo oficial era crime.
Akhmátova é poeta do lirismo íntimo, a sua obra é uma constante confissão. Assumidamente autobiográfica, a sua poesia tem o segredo da sinceridade e da autenticidade. Eleva os sentimentos, as dores de toda a gente até um canto trágico. Falando quase sempre na primeira pessoa, pratica a arte poética de universalizar o individual, o mais íntimo. Como alguém disse, de todo o sol escolhe o raio mais fino, mas vê-se que é sol.
Porque entendia a escrita desta maneira, Akhmátova tinha de cair necessariamente no acmeísmo. Porque o acmeísmo é um «realismo» que repudia os grandes símbolos e as abstractas correspondências simbólicas.
Dentro da corrente acmeísta, tão injustamente considerada, Anna tem as suas especificidades e originalidades: uma delas é o carácter histórico de tudo o que escreve: as coisas, os nomes, as datas, os campos, as cidades, os lugares, as casas, os edifícios prisionais, os números, os trajes, as mulheres, os homens, a mulher, sobretudo a mulher mãe.


Jacques Brel
1929 – 1978


Jacques Brel, cantor, compositor, actor e director de cinema, foi uma das personalidades mais marcantes do mundo artístico europeu neste século. Suas músicas atravessaram o tempo e as fronteiras, sendo traduzidas e executadas no mundo todo até os dias de hoje. A universalidade de sua obra fez com que ele fosse um dos poucos artistas em língua francesa a ser famoso também nos Estados Unidos. Sua obra foi traduzida para o holandês, alemão, espanhol, russo e diversos outros idiomas, sendo interpretada em toda a Europa.
Brel foi um marco fundamental na música francesa. Original, inconformado, revolucionário, ele marcou profundamente toda uma geração na França.
Suas músicas romperam dois estereótipos antigos: em primeiro lugar, o de que a canção poética é subtil demais para chegar ao grande público. Em letras de um lirismo e elaboração extraordinários, Jacques Brel colocou melodias envolventes, explosivas, contagiantes, que arrebatam o ouvinte na primeira audição. Em segundo lugar, ele destruiu o conceito do cantor "parado", apenas com sua voz e seu violão, bastante comum em sua época. No palco, Jacques Brel é um "actor musical", que vive cada música com uma força impressionante. Cada interpretação é uma pequena "peça de teatro", onde ele representa os personagens de suas letras com a intensidade exacta, na medida certa, sem exageros. Dessa forma, Brel consegue conciliar o que parecia contraditório na época: a qualidade de suas músicas e a sofisticação da interpretação no palco.
Além de seu talento sem igual, o segredo de Jacques Brel era o seu inabalável profissionalismo. Dizia que o talento era só a "vontade" de fazer alguma coisa, e não a habilidade em si. Dessa forma, afirmava que só com trabalho incansável é que poderíamos alcançar nossos objectivos. Depois de quinze anos e mais de vinte milhões de discos vendidos, Brel decidiu abandonar a carreira de cantor, afirmando que era tempo de enfrentar novos desafios. É possível que a música tivesse se tornado uma rotina, o que era para ele insuportável. Perfeccionista, e com uma necessidade crónica de enfrentar desafios, lançou-se na carreira de actor por alguns anos, com sucesso, e chegou a dirigir dois filmes.
Nunca mais voltaria a morar na Europa. Voltou apenas uma vez em 1977, para gravar seu último disco, de estrondoso sucesso.
Em 1978, o mundo recebeu inconsolável a notícia da morte de Jacques Brel, aos 49 anos.


“As terças com Morrie”

Este livro foi escrito por Mitch Albom e conta uma história real que aconteceu com ele, e que mudou a sua vida para sempre.
As “Terças com Morrie” está centrado num diálogo, durante 14 terças-feiras, entre um velho professor que morre e um seu antigo aluno, que nos proporciona uma última e comovente lição sobre as coisas mais simples e mais importantes da vida e da morte.
Nos tempos de Universidade, Morrie Schawartz foi para Mitch Albom mais que um professor, ele foi o seu mentor. Mas os anos foram passando e os dois perderam o contacto.
Após ver a notícia de que Schawartz está gravemente doente, ele decide visitá-lo.
Durante alguns meses Mitch vai para Bóston vê-lo todas as terças feiras. Nas suas conversas tratam de temas como felicidade, família, casamento, cultura. E Mitch aprende a ultima grande lição da sua vida.
O que me impressionou, quando li este livro foi a maneira como o professor Schawartz decide conviver com a doença. Ele transforma cada momento de dor em lições de humildade em relação à vida. São reflexões, ideias, impressões pessoais e desabafos de quem se sensibiliza e procura entender os conflitos do Homem comum.
Na minha opinião este livro é uma lição de vida nos tempos que vivemos, tempos de egoísmo, de consumismo, de falta de respeito e de amor. O testemunho do autor prova que a amizade e o amor não têm idade e julgo que todos que lerem este livro vão ter pena de nunca terem tido uma relação tão bonita como a de Morrie e Mitch.
Morrie morreu numa manhã de sábado no dia 4 de Novembro, contudo atingiu o seu grande objectivo, que era ensinar ao próximo a viver.

quarta-feira, janeiro 21, 2004

Ementas

A primeira sessão de 2004

Na noite de 20 de Janeiro, teve lugar na Biblioteca Municipal de Fafe, a primeira sessão de 2004 do Clube de Leitura do IESF.
Nesta primeira sessão, foi convidado a intervir o Mestre Vitorino Costa que brindou os membros do Clube com uma alocução acerca da Escola de ontem, de hoje e de amanhã, com base nos artigos por si publicados na revista Gil Vicente dirigida pelo Dr. Barroso da Fonte, também ele docente do IESF.
Numa intervenção em tom caloroso e implicado Vitorino Costa, docente da Escola Superior de Educação de Fafe, especialista em Ciências da Educação, prendeu a audiência durante cerca de uma hora, incidindo o seu raciocínio na necessária alteração dos padrões de ensino e avaliação nas nossas escolas para que se consiga finalmente uma sociedade constituída por cidadãos críticos e de facto capazes para reflectir sobre as situações que o quotidiano lhes proporciona. Crítico face a um ensino superior sem estímulo à investigação por parte dos alunos, a quem se exige a monótona memorização de conceitos, com prejuízo da reflexão e da pesquisa, instrumentos que constróem as bases sólidas do pensamento. Uma escola ligada à vida, ao longo da vida, desde as idades mais tenras, fará com que haja uma real alteração no pensamento, sobretudo cívico, dos cidadãos que se pretende que sejam críticos e autónomos, o mais feroz instrumento contra as sociedades policiadas discriminatórias e autoritárias.
Seguiu-se a intervenção de Pompeu Miguel Martins e Margarida Miranda subordinada ao aconselhamento de obras de diferentes linguagens que, nesta sessão de Janeiro, foram dedicadas às «Estações do frio». As obras sobre as quais recaíram os comentários e a sugestão foram as seguintes: «Os telhados com Neve» do pintor Gustave Caillebote; o filme «Shadowlands», de Richard Attenborough, o livro «Terças-feiras com Morrie» de Mitch Albom; o livro «O Coração sabe» de Vasco Ferreira Campos e o tema Plat Pays de Jacques Brel.
A terminar a sessão, foi apresentado o blog do Clube de Leitura e as sugestões de sites, nomeadamente o Projecto vercial (www.ipn.pt/literatura) A maior base de dados sobre literatura portuguesa. Site apoiado pelo Projecto Geira da Universidade do Minho e pelo Laboratório de Informática e Sistemas do Instituto Pedro Nunes; Artchive (www.artchive.com) uma excelente base de dados sobre pintura, o Borras de café – (www.borrasdecafe.blogspot.com) um site de fotografia e texto; Thousand of newspapers on the net (www.onlinenewspapers.com) um sítio de busca de jornais de todo o mundo disponíveis na net; O Abrupto (www.abrupto.blogspot.com) o blog de José Pacheco Pereira.

domingo, janeiro 18, 2004

Ementas
Mais uma sessão do Clube de Leitura

A Sessão de Janeiro do Clube de Leitura terá lugar no próximo dia 20, às 21.30, na Biblioteca Municipal de Fafe.
Convidado desta sessão: Mestre Vitorino Costa que dará conta das suas publicações mais recentes no âmbito das Ciências da Educação.
Haverá ainda troca de opiniões sobre leituras (livros, filmes, músicas, quadros), revista de imprensa e divulgação de sites de interesse.
Compareçam!

segunda-feira, janeiro 12, 2004



Varandas & Janelas
O «borras de café».

O «borras de café» é um dos meus blogs preferidos para começar o dia. A sua autora é a joana. Gosto da forma como fotografa, agarrando do quotidiano algumas das suas expressões mais íntimas, no sentido em que nos mostra imagens cuja história se prolonga no nosso imaginário, à nossa vontade, sendo cada imagem uma imagem mais da nossa sensibilidade, um voltar a uma emoção ou um «pois claro» atirado às narrativas que conhecemos por vivência ou por desejo.
Este site oferece-nos sugestões de leitura, em regra de primeiríssima água, com escritores vivos há vinte e tal anos e outros mortos há mais de dois mil. Começar as manhãs com este saudar o dia tem sido o privilégio de olhar por uma janela onde o mundo começa bem. Faz-me lembrar o Daniel Gonçalves quando dizia que era urgente mostrar as coisas bonitas.
O «borras de café» é um canto da intimidade a que temos direito, aumenta-nos a área do pensamento e da forma como sentimos as coisas que passam e nos significam, como devem ser as obras que são de arte. É um lugar onde se confirma que as coisas do mundo, as mais simples, as que mais repetimos pelo que lhe queremos, são os exponenciais de uma expressão artística onde não há tempo para gastar com a indiferença. Vivemos tão pouco para que não reconheçamos a beleza das coisas, diariamente.

www.borrasdecafe.blogspot.com

Pompeu Miguel Martins

sábado, dezembro 27, 2003

Chás&Aromas
A poesia na rua.

Na noite de 22 de Dezembro, Daniel Gonçalves apresentou «um lugar onde supor o silêncio» na sua terra, Santo Tirso, com antigos colegas de liceu e da faculdade, vindos de todo o lado, de Londres a Timor, das ilhas aos lugares do continente. A Drª Julia Serra apresentou a obra, num belíssimo trabalho de interpretação, envolvendo os seus alunos do liceu, da turma de desporto, na leitura dos textos. Uma sessão magnífica com lugar para risos e lágrimas, um momento de poesia genuína e partilhada. Por algum tempo parecia mesmo que a poesia estava na rua, por algum tempo foi possível acreditar uma vez mais. Como disse o Daniel durante a sessão sobre os professores que o incentivaram à escrita: «foram capazes de me mostrar as coisas bonitas. É preciso mostrar as coisas bonitas». Neste pensamento, simples só na aparência, reside o que julgo ser a semente do que virá: a urgência da beleza e das coisas que ela constrói em nós, para partilharmos.



Chás&Aromas
Dar de comer à alma...

Este Natal ofereci a mim mesmo o livro «A Cozinha Francesa de Joanne Harris». É um interessante trabalho que, como informa a editora, é «fruto da colaboração entre uma escritora que adora comida (Joanne Harris) e uma ex-chef (Fran Warde) que adora escrever sobre comida». Esta obra contém duas raridades: o texto e a imagem. É um livro de culinária cujas fotos exprimem o que mais belo e íntimo consigo sentir pela pátria francesa, sendo que os textos conseguem exprimir histórias e ambiências que dão sentido ao que comemos, acrescentando aos pratos e a nós próprios sensações e desejos que fazem de uma refeição um momento especialíssimo.
Esta noite preparei, como entrada, uns cogumelos imbach e a cozinha ficou com um aroma estranhamente fascinante, por não ser habitual, por não ser dali, por me levar a ouvir «les feuilles mortes» de Yves Montand enquanto jantámos, por fazer apetecer um praliné e um bourbon com o café, enfim por trazer ao nosso rosto uma expressão muito próxima da que fizemos em 95 no nosso primeiro jantar a dois em Monmartre.
A comida está para lá da nossa necessidade de sobreviver, está onde continuamos narrativas, onde matamos saudades, onde somos diferentes, onde acabamos outros, está no agarrar dos segundos que não negámos às emoções, por só termos este tempo, por ser isto que levamos da vida, como diz o povo que já não existe.

Pompeu Miguel Martins

 
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